Hoje, faz uma semana que tenho levado a Clara para fazer adaptação na escolinha! Acabo de deixá-la! Estou segura da escolha que fizemos, eu e o Marcelo, de colocar a Clara numa escola com apenas 1 ano e dois meses de vida. A Escola é muito boa e foi escolhida depois de conhecermos e visitarmos mais de 10 escolinhas na cidade de Campinas. Sabemos que é o melhor para ela, pois ela desenvolverá a auto estima, será empoderada com o poder dos tigrinhos(o nome da Escola é Tigrinhos), ganhará autonomia, se socializará com os amiguinhos, conhecerá culturas diversas e muitas outras coisas legais que acreditamos que ela vá aprender e desenvolver na escola e que não faria sendo cuidada por uma Babá. Além de tudo isso, sinto o carinho e dedicação dos profissionais com as crianças na escola...
Se eu sei de tudo isso, por que estou me sentindo tão triste e com esse nó na garganta, como se tivesse engolido um sapo e ele não estivesse descendo, de jeito nenhum, nem com farinha?????
Não é só porque ela tem chorado ao me deixar, pois sei que logo em seguida ela para... é só sair da minha vista que ela para de chorar e já se entrete e se entrosa com os amiguinhos... que sentimento é esse que me toma e que me deixa com uma vontade louca de arranca-la dali, parar toda minha vida e tomar conta dela para sempre, nunca me separar dela!? Hoje, entendo perfeitamente a decisão da minha mãe e de muitas outras mães que pararam de trabalhar para se dedicar totalmente aos filhos, a casa, a família! Decidir ter filhos é algo que modifica radicalmente a vida e as expectativas diante do mundo. Sempre soube que seria algo radical e grandioso, afinal estamos pondo um serzinho no mundo que precisa se tornar um SER, e que parte desse tornar-se depende de nós pais. Temos que mostrar segurança, força, determinação, afeição, generosidade e firmeza! Nunca achei que fosse fácil educar, mas está sendo difícil conciliar essas emoções e posturas de mãe moderna, trabalhadora e as emoções da mãe manteiga derretida, galinha que quer seus pintinhos ao alcance das asas, coruja, babona e que faz todos os gostos do seu filho! Entre a atitude consciente de colocá-la na escola e o gesto emotivo de arranca-la de lá e aconchegá-la e traze-la de volta para casa, estou tentando achar um meio termo de, conscientemente, deixá-la na escola e na hora de ir buscá-la fazer com que ela perceba todo amor, carinho, corujisse e aconchego desse gesto... fazer com que ela perceba que essa separação é necessária, saudável e que assim ela será uma criança com mais autonomia, mais solta, mais empoderada e mais confiante! Oxalá, eu e o daddy, assimile isso rapidinho, antes que os nossos corações sucumbam de vez!
Hoje ela ficará até o meio da tarde, tenho trocentas coisas para fazer, mas não consigo me despreender dela, então resolvi escrever, enviar as fotos dela com o uniforme da escola e assim vendo o rostinho dela de felicidade tranquilizo meu coração e retomo a minha vida, sem a presença física da Clara me demandando atenção 24horas, somente seus brinquedos espalhados e seu cheirinho no quarto para assanhar a saudade dela até a hora de ir buscá-la na escola.
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