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domingo, 18 de março de 2012

QUEMERDAEUTOFAZENDO?! Para Milena

Esses dias estava pensando em como é difícil conter nossa própria birra, nossas vontades! Me vi assim sendo rude no trato com a Clara e de repende me deu um estalo: quemerdaeutofazendo? Imediatamente lembrei de uma amiga querida e o seu poeminha... lembrei que ela tinha escrito sobre isso e lembrei que eu tinha comentado algo na época... coincidentemente o post daquele dia era sobre "mães desequilibradas", mas tinha outro e fui procurar e achei: Sobre as birras e o amor. Esse post é lindo, bem escrito e sensível, tem tanta verdade e singeleza que fica difícil para mim escrever sobre o mesmo assunto. 

Mas na verdade vou falar de uma experiência que tenho vivenciado com a Clara... Ela está na fase da birra, mas do que nunca ela testa limites e paciência... Descobri que não sou nem Jó e nem Abraão!!! Ela é "fodo na ropa"! E parece que advinha os dias de cansaço, de stress e aí é nitroglicerina na certa! Para quem me conhece superficialmente, acha que eu sou a calma em pessoa, mas não é verdade! O que é certo é que eu me contenho muiiito, me seguro ao máximo, mas quando eu explodo sai de baixo! E com os de casa, a tolerância é sempre menor!!! Com Clara exercito muito isso, e descobri que é melhor eu não aguentar nada e já cortar o mal pela raiz... ao invés de passar horas tentando explicar, acalmar, partir logo para eficiente e boa educação, que nem sempre é muito explicativa e mais contundente com tom de voz firme, para não deixar margens para interpretações: Não! Você não pode se levantar sozinha na banheira! Você não pode colocar o dedo na tomada! Você não pode pular em cima do sofá! 

Demorei para entender o que é negociável e não é! Muitas vezes me vi na iminência de chacoalhá-la.... Outra vez me vi aos berros com ela, me trocando como se tivesse a mesma idade! Uma lástima...Acabei chorando na frente dela e aí eu vi que tinha passado do limite e que tinha tanta coisa bonita e linda na minha relação com ela que eu não podia e nem tinha o direito de espernear daquele jeito! Peguei-a no colo me desculpei e disse muitos eu te amo e ela me olhou e disse: diculpa, please, num fica tiste mamãe, ama mamãe e me deu um big hug!

Nessas horas conto com o apoio total do Marcelo, ele entra em cena de um jeito tão sutil e acaba com aquele efeito devastador... promove a calma, retoma o equilíbrio! Tenho lindo bastante sobre como controlar a birra do seu filho, "como adestra-lo", como acalma-lo! Mas tem pouquíssima coisa escrita para orientar a nossa calma, a nossa birra, o nosso esperneio!

Hoje mesmo exercitei isso... aliás exercitamos.... fomos os três pedalar no parque perto de casa e na volta, ela já cansadinha, iniciou uma guerra para entrar no carro, uma guerra para ficar com o cinto de segurança da cadeirinha, uma guerra porque queria algo que não tínhamos condições de atende-la naquele momento...  E foi muito difícil conter a vontade de argumentar, conter a vontade de fazer parar o chorar e acalmá-la com o que ela pedia imediatamente, conter a vontade de gritar para que ela parasse de gritar... Então explicamos uma unica vez, suavemente, para ela que nada do que ela estava querendo naquele momento poderia ser atendido, que entendíamos o seu cansaço, mas que ela teria que esperar até chegarmos em casa. Fomos boa parte do caminha ouvindo seus gritos e reclamações, mas não cedemos, não demos atenção a birra e quando ela chegou em casa parecia que nada havia acontecido. Conversamos sobre o comportamento dela e ela se desculpou! Depois disso o dia correu bem... sem birras e sem choro! Ufa!

Não é fácil, mas quando dá certo é uma sensação tão boa que faz todo resto valer a pena!

E eu prefiro mil vezes as amorosidades da nossa relação!




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